Qual o tamanho da mochila que carregamos? Quanto ela pesa? Qual o seu impacto em nossa caminhada?
Na primeira travessia que fiz, pelos Lençóis Maranhenses essa pergunta foi muito presente. Foi fácil perceber, desde o primeiro dia, que a mochila pesa e torna a caminhada mais dura e difícil.
Também ficou claro, ao longo dos dias, que eu estava carregando bem mais do que eu precisava, e que o peso extra fazia muuuuuuita diferença. No quarto dia o peso quase me venceu. Os ombros doíam e era difícil caminhar. Uma parada, um banho na belíssima lagoa, o apoio das companheiras, as massagens e palavras de incentivo me levaram adiante.
Ficou a experiência: poderia ter sido mais fácil, mais leve e mais prazeroso. Lição aprendida! Desde então, penso muitas vezes antes de colocar alguma coisa em minha mochila: será útil? é realmente necessário? poderia ser menos, ou menor? posso compartilhar com alguém que também fará a travessia?
Esse é um aprendizado constante, e progressivo. Nas travessias que fui depois, embora tenha diminuído o volume e o peso da mochila, ainda acho que levei muita coisa, e algumas voltaram sem usar. Em cada oportunidade essa verdade salta aos meus olhos (e sobretudo aos meus ombros): ainda pode ser menos! E será!
Na vida também é assim. Carregamos as nossas “mochilas”: nossos pesos, dores, mágoas, sentimentos diversos que guardamos e tornam nossa caminhada muito mais difícil e pesada. Também guardamos os nossos “tesouros”, tudo o que achamos que não podemos viver sem, mas, na travessia, se tornam apenas mais um peso.
A partir do meu aprendizado, convido todos vocês a viver uma vida mais leve, com menos peso, menos ressentimentos, menos tesouros que se mostram inúteis ou, pelo menos, desnecessários. Vamos caminhar eretos, com o pé no chão e o olhar para o alto. Os nossos pés, ombros e, sobretudo, nossa mente e o nosso espírito, agradecem!