Durante o período em que estive em Mossoró-RN, que por muito tempo foi conhecida como “terra do sal”, tive a oportunidade de conhecer a Salina Pedrinhas – CIMSAL e conhecer o processo de coleta e tratamento do sal.

Essa coleta é feita por meio de tanques, para os quais a água do mar é bombeada. Ela fica ali por algum tempo, e evapora, deixando o sal cristalizado no fundo. Esse sal cristalizado, contudo, não parece algo fino, puro. Assemelha-se mais a uma grande placa de concreto, sobre a qual podemos caminhar e os veículos podem trafegar.
E esse é apenas o começo do processo. Essa placa de sal, que tem normalmente cerca de 30 cm, é retirada por meio de um processo realizado com máquinas especiais, uma espécie de caçamba, que vão retirando as placas de sal em camadas de cerca de 7 cm. O sal que resta é lavado e após um tempo as máquinas retornam para uma nova coleta.
Na nova etapa, as caçambas conduzem os cristais de sal para a lavagem, que é feita com água salgada, para evitar dissolução e perdas que comprometem o seu conteúdo e o seu valor econômico. Nessa lavagem são retirados resíduos de areia, vegetais e outras impurezas.
Depois da lavagem, é feito o polimento do grão, dando uma maior qualidade para o consumo. Após essa etapa, o sal ultrapassa 99% de teor de pureza, tornando-se próprio para o consumo humano e animal, além de outras finalidades para as quais o sal marinho é utilizado.
Numa próxima etapa, o sal já lavado e polido vai para a pilha, onde, com o efeito da exposição ao sol, ocorre a perda de umidade, além da retirada do cálcio e do magnésio, considerados impurezas químicas.
O sal fica, então, apto a entrar na refinaria e fazer o seu beneficiamento.
Na refinaria, ocorre a moagem, secagem e peneiramento, sendo encaminhado para o seu destino final, de acordo com sua finalidade.
A CIMSAL, empresa de Mossoró, é uma das três maiores do Brasil, e tem cerca de 400 trabalhadores envolvidos no processo. A segurança e a sustentabilidade são preocupações presentes na salina: todos os trabalhadores e visitantes utilizam equipamentos de proteção, e a água é tratada e reutilizada nos diversos processos que envolvem a produção do sal e no cotidiano da unidade.

Ali também é produzida a Flor de Sal, um sal especial, que nada deixa a dever aos melhores sais produzidos no mundo.
A coleta da flor de sal é feita apenas à tarde, após as 13 horas, quando tanques especiais são enchidos de água do mar. Algumas estruturas colocadas no tanque coletam apenas a parte mais alta, uma espécie de “nata” do sal, que tem um maior grau de pureza e uma consistência diferenciada. A coleta é feita de forma artesanal, e o beneficiamento obedece a processos especiais, para manter o seu alto grau de pureza.
O nome é devido ao aroma de flores, sobretudo violetas, que essa nata de sal exala quando colhida.