A cidade que lampião não conseguiu invadir

Quem me conhece um pouco mais já deve ter me ouvido falar que “eu sou de Mossoró, a cidade que Lampião não conseguiu invadir”. De fato, os Mossoroenses falam com orgulho da resistência à invasão pelo bando de Lampião, em 13 de junho de 1927. Lampião cobrou na época 400 contos de reis (o equivalente a mais de 20 milhões de reais hoje) para não invadir a cidade. Mossoró disse NÃO, e organizou a resistência, levantando várias trincheiras, das quais a principal foi a Igreja de São Vicente. Travou-se, no local, uma ferrenha luta, que iniciou às 17:30, com uma “chuva de balas” proferidas pelos cangaceiros, e durou mais de duas horas. Ao final, Lampião e seu bando foram expulsos e houve diversas mortes e prisões, entre as quais se destaca a do temido cangaceiro “Jararaca”, enterrado vivo na cidade após cavar sua própria cova. Hoje Jararaca é visto como santo pelo povo, considerado mártir em virtude da crueldade de sua morte.

Mossoró foi a primeira cidade a resistir ao Rei do Cangaço. Entrou, assim, para a história a bravura dos Mossoroenses, que, rejeitando a extorsão, impôs ao temido cangaceiro e seu bando uma humilhante derrota.

Meu bisavô paterno, Francisco Negócio, e meu bisavô materno, Manoel Amâncio Leite, estão entre os bravos homens que defenderam a cidade.

Durante algum tempo foram mantidas na Igreja as marcas de balas desse conflito histórico. Hoje elas não existem mais. Restam as placas que lembram e louvam os Mossoroenses que participaram desse dia em que Mossoró provou o seu valor com valentia e determinação.

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